quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Excitações
Valeria a pena pensar nas excitações de alguma esquerda e a sua relação com a violência. Meia dúzia de identificações numa "manifestação" no 25 de Abril, motins na Grécia ou revoltas nos subúrbios franceses geram torrentes de posts, comentários e discussões ao jantar. Motins massivos que vão, mais tarde ou mais cedo, acabar com um regime autoritário não interessam a ninguém. Serve isto para dizer que o fétiche não é o da violência.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Manter as distâncias
Norbert Elias, A sociedade de corte, p. 77.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Algo mexe
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Os heróis
Esses verdadeiros mártires da liberdade, do empreendedorismo e do desenvolvimento que são os empresários que industriam por esse país afora por um rectângulo mais justo descobriram agora com a crise que não incapazes de cumprir o que acordaram em 2006: até 2011 o salário mínimo chegaria aos 500 euros. Quando se fala em confiança também é dito que se fala. Revela-se neste recuo grande parte da cultura empresarial que governa este país.
Quem não fala destas questões, com honrosas excepções, são os bloggers aqui da prédio. É muito menos sexy do que debater os minaretes (curiosa palavra, como dizia o outro). Já depois de o Estado ter cedido no valor da taxa social única, a CGTP, com inteira razão, considera que este recuo para os 460 euros (o aumento este ano deveria ser dos 450 para os 475) é inaceitável.
Vale a pena salientar (sobretudo se tivermos em conta as mudanças na direcção do jornal) o excelente balanço que o Público faz dos acontecimentos, realçando o facto de o salário mínimo ter vindo a perder poder de compra nos últimos anos.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Autodefinições
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
do activismo queque
A prova do abastardamento da elite nacional é que esta mesma petição me veio parar à caixa do correio. Eu que comprei a minha comenda em saldo e que odeio gradeamentos nos jardins, bem como canteiros, perfilhando o princípio democrático que a relva e o espaço verde são para os cidadãos pisarem e rebolarem, saltarem e usufruírem de forma genérica.
E agora, como viver sem os gradeamentos que nos protegem dos cidadãos incivilizados? Talvez comprarem uma casa num condomínio privado, longe dos incivilizados e um com um alto gradeamento de cimento, com cancela e guarda.
Os gradeamentos, esse problema fulcral das sociedades contemporâneas. E assim vai o activismo queque.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
Black Bloc
Desemburkadas ou os excluidos do interior
Em Paris, as comemorações pelo apuramento da selecção argelina para o campeonato do mundo desembocaram em motins. O "novo espírito" francês depois da vitória no campeonato do mundo de 1998 já deu novamente lugar ao velho espírito dos antigos senhores coloniais, que ainda não suportam ver os indígenas nas ruas a dançar. À dança dos mélons responderam com balas de borracha. A isto responderam aquelas belas moças com um vivaz nique la police. Não consta que as moças estivessem emburkadas, como as imagens demonstram.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
A METRÓPOLE, FÁBRICA SOCIAL
seminário para debater a cidade
de 28 de Setembro a 1 de Outubro de 2009
Teatro Maria Matos, sempre às 18h30
Entrada livre
Organização do Teatro Maria Matos e da UNIPOP
A cidade constitui-se metrópole a partir do momento em que uma série de equipamentos e edifícios ligados em rede transformam cada via de acesso num fluxo produtivo. Uma teia de ligações, configurada por sistemas de transportes públicos, pontes e vias rápidas, redes sem fios e circuitos de videovigilância, é diariamente activada pela circulação dos habitantes da metrópole, os quais percorrem os escritórios, as fábricas, as salas de espectáculo, as lojas, as escolas, os hospitais, os jardins e os centros comerciais em que se produz e reproduz a vida social. A metrópole assemelha-se então a uma fábrica social, lugar de mobilização cooperativa da força de trabalho, onde se encontram as matérias-primas, circulam as mercadorias e onde se pratica o consumo, alimentando os circuitos de uma economia global.
Esta natureza produtora da metrópole encontra eco em alguns debates. Quando governantes e urbanistas invocam a imagem da “cidade criativa”, em parte reconhecem a natureza produtora da vida espiritual metropolitana. E quando nos falam acerca da necessidade de criação de uma imagem de “marca” para uma cidade, de algum modo repetem o gesto empresarial de criação do logotipo, símbolo que se inscreve no produto e cuja compra permite consumir um certo estilo de vida. Entretanto, a metrópole enquanto fábrica social extravasa largamente o que pode ser contido por aquelas formulações. Veja-se o caso da “cidade criativa”, fórmula que tende a reduzir a produção metropolitana a uma dimensão elitista, reduzindo a metrópole dos produtores – que liga margem sul e margem norte, que engloba centros e periferias, que articula indústria, serviços e comércio – a uma pequena e mui nobre cidade de criadores, de acesso restrito a alguns grupos profissionais de índole artística, uma cidade preferencialmente localizada em novos bairros de charme que emergem no interior dos velhos bairros populares dos centros históricos.
A contra-corrente desta concepção emergente que transforma a fábrica metropolitana em cidade criativa, a primeira sessão deste seminário de quatro dias começará por debater o conceito de “cidade criativa”. Contando, para este efeito, com a participação de investigadores das ciências sociais que se têm dedicado aos estudos urbanos, perguntamos para que servem as “cidades criativas”?
No segundo dia, com a ajuda de quem trabalha a metrópole em planos tão diversos como as políticas de transporte e as representações cinematográficas, transitamos da cidade dos criadores à metrópole dos produtores.
Esta passagem permitirá que no terceiro dia analisemos o governo metropolitano, debruçando-nos nomeadamente sobre a sua implicação no trabalho de arquitectos e urbanistas chamados a debate. O seu traço livre constitui muitas vezes a face mais visível de práticas e discursos de «renovação urbana» apontados à requalificação de zonas degradadas e à valorização do espaço público, mas a arte e engenho de arquitectos e urbanistas também participa, de forma menos evidente, de estratégias dirigidas à administração de pessoas e bens.
Finalmente, no quarto dia, focaremos os conflitos que ocorrem na metrópole e que são habitualmente tratados de forma despolitizada e avulsa (as chamadas “questões locais”) ou enquanto questões do foro criminal (a invenção dos “bairros perigosos”). Neste debate em torno das lutas metropolitanas, à procura de velhas e novas ligações entre antagonismos diversos, contaremos com a participação de activistas envolvidos nas lutas pelos transportes públicos, membros de comissões de moradores, dinamizadores de associações culturais, etc.
28 SET Para que Servem as “Cidades Criativas”?
Debate com Pedro Costa e João Pedro Nunes
29 SET Da Cidade dos Criadores à Metrópole dos Produtores
Debate com Tiago Baptista, Luís Vasconcelos e Renato Carmo
30 SET O Governo Metropolitano
Debate com Susana Durão, João Seixas e Tiago Saraiva
1 OUT As Lutas Metropolitanas
Debate com Chullage, João Branco e Eugénia Margarida
Mais info
domingo, 27 de setembro de 2009
Honra ao partido vencedor
Manifesto da Plataforma Abstencionista
O capitalismo é um sistema sem lei, que alimenta e serve os interesses dos grandes grupos económicos e de todos os que lhe seguem o modelo. Um sistema norteado por valores cujos princípios básicos potenciam o crescimento da injustiça e desigualdade sociais, da alienação e expropriação dos direitos fundamentais dos indivíduos, da exclusão, da exploração desenfreada de pessoas, animais e natureza, do fomento de necessidades de consumo, hábitos e procedimentos desnecessários que causam ciclos de guerra, sofrimento e miséria. As democracias “representativas” inculcam massivamente no imaginário dos cidadãos que os resultados dos actos eleitorais significam procuração irrevogável para o Estado agir, em seu nome, de forma omnipotente e omnipresente.
A democracia resume-se assim a isso mesmo: de tanto em tanto tempo fazer variar nos assentos do Poder aqueles que apenas estão lá não para nos representar como proclamam, mas para fazer cumprir todas as políticas decididas algures nos centros financeiros internacionais. Desta forma, a vontade dos povos e dos indivíduos não tem qualquer poder decisório. No entanto, são chamados sazonalmente ao cumprimento do seu “dever”, a horas e nos lugares certos, sendo-lhes outorgado um falso carácter determinante, vendendo-se assim a ilusão de que mandar representa, apenas, obedecer ao sentimento maioritário.
Para a prossecução deste embuste arenga-se que as eleições projectam um sublime acto de escolha. Com maior ou menor propaganda e manipulação, com mais ou menos promessas demagógicas que não colhem apenas os incautos, o sistema capitalista desce à terra de quatro em quatro anos, submetendo-se estoicamente à prova das feiras, dos comícios em terras inóspitas, dos beijos e abraços à saída das missas. Tem o seu banho democrático, diz-se orgulhoso por isso e afirma-se posteriormente encartado para decidir o que quiser decidir. São, depois, as regras da democracia “representativa” a gerarem a rotatividade na protecção do aparelho de Estado e na defesa das políticas rigidamente definidas que, a nível super-estrutural, o capitalismo impõe para prosperar e garantir a sua ditadura. São as terapias impostas para que o pulmão não se debilite, seja qual for o corpo (partido ou agrupamento político) que lhe dá abrigo.
O sistema capitalista tem sabido lutar bem por este seu paradigma, exigindo a quem dele vive o respeito e aceitação do Estado como entidade reguladora das relações sociais. Os jogos de alianças, a necessidade de apresentar alternativas e soluções como sinal de afirmação construtiva fizeram encostar a "extrema-esquerda" e a "esquerda" à "direita" e parte da "direita" à "esquerda" e ao "centro", juntando-se todos no Parque das Nações a comerem um caldo de maioridade e sensatez. Por isso, nenhuma, mas mesmo nenhuma, força partidária equaciona, hoje, a legitimidade dos cidadãos se sentirem defraudados com o que fazem do seu voto. Outra coisa, aliás, não poderia acontecer: por muito que possa doer a muita gente boa que palmilha caminhos de insubmissão, certo é que a participação nos órgãos de poder institucional significa a aceitação cordata das suas regras de funcionamento e a reverencial simpatia pelo Estado e pelo sistema que o mantém. Há que assumir sem rodeios que nas sociedades modernas a exploração violenta, desumana, arcaica e irracional que o sistema capitalista exerce legalmente vem resultando da "carta branca" fornecida pelos plebiscitos eleitorais. Percebendo a importância que as eleições dão ao sistema capitalista, ao longo das últimas três décadas várias foram as mobilizações em torno da defesa política da abstenção. Não havendo campanhas públicas sistematizadas nem qualquer sector a emergir colectivamente, o poder foi-se aproveitando disso para atribuir os resultados incomodativos à "preguiça", ao "tempo de praia", à "chuva diluviana", à "abstenção técnica", à não "limpeza dos cadernos eleitorais", à "mobilidade dos cidadãos".
Como se "ir à praia" em dia de eleições não devesse ser enquadrado numa atitude política assumida, denunciadora da rejeição do circo da sociedade do espectáculo; como se o "direito ao não voto" fosse menos legítimo que o "direito ao voto". Reduzir a participação eleitoral aos que alimentam e se alimentam do sistema, transformá-los em criadores, actores e espectadores da sua própria encenação poderá ser uma interessante tarefa revolucionária geradora de ataques localizados aos órgãos vitais desta sociedade dominante. Nesta lógica de combate deverá ser claro que uma plataforma de entendimento e acção em defesa da abstenção, que se almeja poder funcionar sem qualquer mecanismo reprodutor dos poderes conhecidos, nunca deverá ser entendida como um fim em si mas antes como um meio para reforçar o ataque sistémico ao capitalismo. Ao longo da história a sociedade humana foi sendo encaminhada para sistemas de funcionamento autocrático e dirigista ao arrepio das normas de relação fraternas, solidárias e horizontais. A introdução das regras mercantilistas, do desempenho individual, da competição e do orgulho na propriedade privada adulteraram a lógica comunal, transformando o ser humano num produto que deve mais do que tem a haver! A desumanização das sociedades dos novos tempos transformou as pessoas em números prontos para o massacre.
Isto não é inevitável! Sabemos de múltiplas lutas de resistência que foram capazes de mostrar que outro mundo é sempre possível ainda que o devir nos tenha acrescentado frustrações. Todos esses processos históricos encontram-se catalogados nos protótipos da utopia, tendo, alguns deles, sido concretizados. Este parece ser o grande combate de quem enjeita o poder institucional e não quer agir sozinho. A luta pela felicidade e pelo mundo harmonioso também passa por aqui sem aqui se esgotar! Liberdade não é poder escolher os tiranos, mas sim não querer nenhum.
Todas as rebeliões começam por uma recusa. Para justificar a tirania, virão pedir-nos o nosso voto.
OLHOS NOS OLHOS, DIR-LHES-EMOS QUE NÃO!
Plataforma Abstencionista
Novembro 2008
sábado, 19 de setembro de 2009
Asneira
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Louçã e a negação da democracia
A explicação não é difícil. Louçã consegue reunir todas as qualidades que um político deve ter: sobriedade na vida pessoal e profissional, idoneidade, inteligência, cultura. A questão mais uma vez reside na contradição entre teoria e prática. Para que isto do socialismo e do anti-capitalismo corra bem, princípios expressos na entrevista que Louçã concedeu ao Público, é indispensável que os meios estejam o menos possível afastados dos fins. Se a ruptura com o actual sistema capitalista visa a democracia, não enquanto regime, mas enquanto dinâmica, é então necessário que as coisas sejam feitas da forma mais democrática possível. Pelos inteligentes, pelos burros, pelos bonitos, pelos feios, pelas mulheres, pelos homens. Num plano de igualdade.
Robert Michels descreveu como organizações democráticas depressa se tornavam oligarquias de ferro. Não obstante todas as reservas que devem ser feitas a esta obra (pelo facto do autor ver neste fenómeno uma inevitabilidade), existe um ponto que vale a pena referir. A dominação de partidos, organizações e movimentos não é apenas determinada pelo facto do poder hierárquico constituir uma espécie de droga, que vicia e contagia. Mas igualmente por uma questão de responsabilidade. Porque quando o líder de tudo se apropria, depressa descobre que levou a uma desresponsabilização das restantes pessoas. Deste ponto de vista, vale a pena perguntar: existe um Bloco de Esquerda para lá de Louçã?
terça-feira, 15 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Bê a Bá do Neoliberalismo
Os hospitais públicos que adoptaram um modelo de organização empresarial (EPE) deram um prejuízo de 90 milhões de euros ao serviço nacional de saúde. Se fingirmos acreditar que tal medida não foi determinada por uma política de desorçamentação (constituindo empresas públicas, as suas dívidas não acumulam o défice público) ou por estratégias economicistas de redução de custos, mas sim pela mais que provada eficácia do modelo empresa, este prejuízo constitui, no mínimo, um resultado decepcionante. Mas cuja explicação (se calhar) não é assim tão difícil de expor:
1. As pessoas quando estão com doi dois precisam de levar picas e isso custa dinheiro;
2. Se os hospitais pertencerem a um senhor sozinho, a um capitalista mau, as pessoas com doi dois vão ter que pagar muiiitttto dinheiro para que lhe tratem dos seus doi dois. E então as pessoas que não têm dinheiro não vão poder ser tratadas e vão continuar com doi dois. Até sufocarem até à morte.
3. Se os hospitais forem de todos, então todas as pessoas, com dinheiro ou sem dinheiro, são tratadas e ficam sem doi dois.
4. Isso custa dinheiro, sempre custou e sempre custará. Quer tenham um modelo empresarial ou não. Ou são públicos ou não são.
5. Logo: prejuízo (hospital público) quer dizer que todos ficam sem doi dois. Lucro (hospital privado) quer dizer que só os ricos é que ficam sem doi dois.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Desnorteados ou a bússola explicada às crianças
Diapositivo 2 - Bloco Central
Diapositivo 3 - Evolução
A minha missão neste blog, ao contrário de certas e determinadas pessoas, pauta-se por intuitos pedagógicos. Enquanto que o babyface se limita a gozar de forma alarve com tudo, eu acho que educar as pessoas sofisticadas que utilizam este tipo de instrumentos para definir os seus posicionamentos políticos é um dever cívico, que cumpro sem receber um tostão, ao contrário dos coordenadores do projecto da Bússola, sediados no ICS. Vamos lá, então.
A chave para as avarias na bússola está na Europa. Dizem os nossos cientistas políticos preferidos: "O posicionamento mais próximo do pólo Tradicional-nacionalista significa genericamente que defende a preservação da soberania nacional em detrimento de um aumento de poder da União Europeia e que está mais próximo de valores conservadores no que respeita a questões éticas e morais. "
Portanto, e como se pode ver pelos gráficos acima expostos na escala Tradicional-Libertário que supostamente trata da moral e dos costumes, para os nossos cientistas políticos, entre o PCP e o PNR não existem grandes diferenças no que a libertarianismo diz respeito. Como podem ver pelo gráfico relativo ao Bloco Central, PS e PSD estão praticamente lado a lado se não tivermos em conta os "Estilos de Vida" e o "Sociedade e Ambiente". Assim, mal abandonamos a questão europeia e é ver o PS, suposto partido progressista na moral e nos costumes e grande nivelador da sociedade portuguesa, que no resultado final surge mais cosmopolita que o PCP, a começar a baixar na vertical. No mesmo gráfico podemos ver o PCP e o Bloco lá em cima e à esquerda, no terreno da "social-democracia radical".
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Contributos para uma bussola política
Existe para aí uma coisa chamada bússola política. É tipo daqueles inquéritos sobre dietas da cosmopolitan, mas com temas de natureza política. Conscientes da relevância de tal iniciativa, e enquanto cidadãos, devemos contribuir para tal feito, sugerindo novas questões. Estas, por exemplo:
1 - Acha que Sócrates no caso Freeport?
a) Meteu dinheiro ao bolso;
b) Não meteu dinheiro ao bolso;
C) Não sei, mas quero tanto acreditar que ele meteu dinheiro ao bolso.
2 - Qual a atitude de Portas perante um bom resultado nas legistativas?
a) Fazer coligação com os socialistas;
b) Fazer coligação com os sociais-democratas;
c) Emocionar-se e chorar de alegria;
d) Fazer uma empresa de sondagens, comprar um jaguar, adoptar um daqueles macacos do filme "Gorilas na Bruma";
3 - Qual é na sua opinião o melhor manual de Ciência Política publicado em Portugal?
a) "Manual de Ciência Política", Adriano Moreira;
b) "Elites, Sociedade e Mudança Política", de António Costa Pinto e André Freire;
c) Qualquer artigo de João Carlos Espada (tradução inglesa: John Charles Sword);
d) "Cagalhoto na cabeça", Professor Herrero.
Mau negócio para os operadores turísticos
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Socialização
Segundo o Público de hoje, a PSP revistou um rapaz de quatro anos à entrada do bairro onde vive, tendo aberto a sua mochila do Noddy.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
O que é que é um mandatário?
Anda para aí um sururu porque o PS escolheu uma moça com problemas de pele para mandatária de juventude. Em primeiro lugar, não sei para que é que serve um mandatário de juventude. Nem conheço ninguém que alguma vez me tenha dito: "Ehh pa! Ontem ouvi o mandatário de juventude daquele partido e fiquei bué mais informado sobre a situação do país! Foi brutal!". Em segundo lugar, se a moça com os problemas de pele é uma má escolha, qual é a boa? O vocalista de Blind Zero? Pá, ao menos a gaja não canta.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Columbófilos subversivos pela gajificação do mundo
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Jesus é uma mulher
A revelação era séria. Segundo a lista a que tive acesso, em primeiro mão, o treinador do Benfica Jorge Jesus, tal como o grande sprinter jamaicano Usain Bolt, é também uma mulher, mais um elemento de uma subversão planetária. Neste caso fiquei mais descansado porque aparentemente não há nada contra mulheres treinarem equipas de futebol masculinas. A coisa, no entanto, parecia disparatada. Jesus, o nosso Jesus, uma mulher? A minha descrença foi abalada por um conjunto de contactos que efectuei. Rosália Gomes, cabeleireira, encontrou semelhanças intensas entre o penteado de Jesus, o de actrizes de filmes eróticos dos anos 70 e de groupies de bandas psicadélicas e de rock progressivo. Um conhecido psicólogo da nossa praça, escudado no anonimato, notou que o perfil másculo e duro de Jesus, e sobretudo o dinâmico mascar de pastilha, denotava um notável esforço de ocultação, apenas ao alcance de grandes prestigiadores, como Reinaldo Teles, cujo nome verdadeiro é Luísa Madureira. A Jesus no entanto, vai faltando o bigode. O jornalista desportivo B. asseverou que ao contrário de José Mourinho ou Scolari, que são uns verdadeiros pais para os jogadores, Jesus denota características vincadas da mãe mediterrânica (sugerindo-se até uma ascendência italiana), chegando a querer levar o plantel lá para a casa para os controlar melhor. Uma última entrevista, ao sócio do Benfica João Silva, garantiu-me que a suspeita podia ser verdadeira. Tigre: João Silva e o se Jesus fosse uma mulher? Silva: Uma mulher? Tigre: sim uma gaja; Silva: uma gaja como? Tigre: uma gaja como outra gaja qualquer ... Silva: como uma gaja qualquer como, caralho? Você está a dizer que o treinador do Benfica é como uma gaja qualquer? Tigre: quer dizer ... não ... Silva: uma gaja especial, como não há muitas, isso é o que Jesus é, uma gaja a sério é o que ele é, a melhor gaja a treinar equipas no campeonato e na Europa, melhor do que as gajas que treinam o Sporting e o Porto, um gaja com G grande; Tigre: mais ainda assim uma gaja ... ; João Silva: mas é a melhor gaja que tem aparecido por aqui, estou fartos destas últimas gajas que não ganham nada.
E pronto, não digo que Jesus seja uma mulher mas que há elementos fortes para suspeitar parece não haver dúvida.
Bolt é uma mulher
Embora defensor da teoria que, mais cedo ou mais tarde, as marcas desportivas alcançadas pelas mulheres se aproximarão da dos homens até a diferença se tornar indistinta, fui surpreendido por uma notável teoria da conspiração, cuja origem não posso revelar: Usain Bolt, o incrível sprinter jamaicano é na verdade uma mulher. Um teste deveria ser imediatamente realizado para provar esta desconfiança. A questão agora é saber se, perante esta sua condição, Bolt seria desclassificado e o seu recorde do mundo anulado. Imaginemos, o seu recorde do mundo deixa de valer por Bolt ser uma mulher? Ou passa a ser um recorde do mundo feminino. Confuso. Esta teoria, assente, garanto ao leitor, em fontes sérias, leva-nos porém bastante mais longe. O caso de Bolt, asseguraram-me, não é único. Trata-se apenas do mais surpreendente de uma série de casos criados por uma poderosa organização subversiva. Tive a sorte de ter acesso a uma lista de mulheres notáveis que se fazem passar por homens notáveis. Um dos casos desta lista intrigou-me e resolvi investigar.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O lince da Malcata
Este raciocínio gera no leitor duas estupefacções, para além de ver MVA a apoiar-se neste tipo de argumentos. Em primeiro lugar se MVA leu a obra de Jalali como é que lhe é possível ignorar outros elementos enunciados pelo próprio autor: o facto de Portugal ser o país da Europa do Sul onde é menor a clivagem entre os partidos de "centro-esquerda" e "centro-direita"; de o PS e o PSD serem partidos sem enraizamento social e máquinas desideologizadas de conquista de poder; de que o bloco central esteve sempre junto nas decisões fundamentais do regime (a criação da UGT, a adesão à CEE, as revisões constitucionais ou a limpeza dos cadernos eleitorais em 1998) e que nos momentos onde esse acordo não foi possível a decisão foi remetida para referendo ou ainda a semelhança entre ambos nos padrões de ocupação dos lugares no Estado.
A surpresa continua quando, no movimento seguinte, MVA rejeita essa mesma linha de clivagem: "Trinta e tal anos (!) depois do 25 de Novembro não me interessa (e muito menos às gerações jovens) saber se a escolha é entre revolução ou democracia liberal, mas sim entre fazer ou não reformas com base em valores progressistas". Ora se o que interessa é "fazer ou não reformas com base em valores progressistas" como é que se esquece do historial do PCP (um partido "anacrónico", talvez como o lince da Malcata, de acordo com o mesmo Jalali) e do BE em levar para a frente uma agenda progressista? E como ignorar que, de uma forma ou outra, e para além dos debates para consumo interno, são na verdade os dois únicos partidos com uma agenda "social-democrata radical" no contexto da político português? Se é certo que existe uma esquerda séria e consequente no PS, num contexto onde a sistema partidário português está à beira de se dividir em três blocos, quebrando o habitual bipartidarismo, não seria "progressista" apoiar as forças à esquerda do PS, obrigando-as chegar a acordo? Não seria um sinal de "modernidade" acabar com a ética salazarista do governo de maioria absoluta e obrigar ao entendimento, mesmo que pontual das forças à esquerda?
É que quem lê MVA, nos últimos tempos, fica com a sensação que Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva são os únicos continuadores da herança salazarista, como se Sócrates e Guterres (de diferentes formas é certo) também não tivessem alimentado essa mesma tradição e a ética da "maioria absoluta" não fosse ela mesma um sinal inequívoco dessa filiação.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Quem é o nosferatu?
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
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