terça-feira, 1 de setembro de 2009

Bê a Bá do Neoliberalismo


Os hospitais públicos que adoptaram um modelo de organização empresarial (EPE) deram um prejuízo de 90 milhões de euros ao serviço nacional de saúde. Se fingirmos acreditar que tal medida não foi determinada por uma política de desorçamentação (constituindo empresas públicas, as suas dívidas não acumulam o défice público) ou por estratégias economicistas de redução de custos, mas sim pela mais que provada eficácia do modelo empresa, este prejuízo constitui, no mínimo, um resultado decepcionante. Mas cuja explicação (se calhar) não é assim tão difícil de expor:

1. As pessoas quando estão com doi dois precisam de levar picas e isso custa dinheiro;

2. Se os hospitais pertencerem a um senhor sozinho, a um capitalista mau, as pessoas com doi dois vão ter que pagar muiiitttto dinheiro para que lhe tratem dos seus doi dois. E então as pessoas que não têm dinheiro não vão poder ser tratadas e vão continuar com doi dois. Até sufocarem até à morte.

3. Se os hospitais forem de todos, então todas as pessoas, com dinheiro ou sem dinheiro, são tratadas e ficam sem doi dois.

4. Isso custa dinheiro, sempre custou e sempre custará. Quer tenham um modelo empresarial ou não. Ou são públicos ou não são.

5. Logo: prejuízo (hospital público) quer dizer que todos ficam sem doi dois. Lucro (hospital privado) quer dizer que só os ricos é que ficam sem doi dois.

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