domingo, 24 de janeiro de 2010

Berlusconi leva na boca (outra vez)

Depois da vitória do Inter sobre o Milan por 2-0, em partida disputada este domingo à noite, Marco Materazzi, de quem nos habituámos a esperar grandes coisas, voltou a não desiludir. O carismático jogador acabou o encontro a passear-se no relvado do estádio de San Siro mascarado de Berlusconi, com a cara já reconstituída depois de ter levado com o Duomo na tromba. Uma grande noite para o futebol e uma rara ocasião em que vemos um preto, no caso o ganês Suleiman Muntari, agarrado a Berlusconi com um sorriso.

sábado, 23 de janeiro de 2010

a sarjeta



Uma coisa boa nos media portugueses é que nunca deixam de surpreender. Se nos últimos tempos, o público nos tinha espantado com algumas boas peças sobre a evolução do ordenado mínimo ou em torno da condição laboral das operárias dos supermercados, depressa nos apresenta com aquelas notícias/reportagens que conseguem arrasar com todo o nosso optimismo. Levando-nos a concluir que, se calhar, era simples ilusão. Comigo, aconteceu ontem. Uma reportagem sobre os gangs do haiti (porque é só isso que há. gangues), onde brilha esta pérola: "Segundo uma fonte da Polícia, cerca de 20 por cento dos assaltos que ocorrem actualmente no centro de Port au Prince são executados por pessoas que têm fome. Os outros 80 por cento são responsabilidade dos gangs organizados". Pergunto-me eu, como é que eles sabem? Sondagens porta a porta não será com certeza.

domingo, 17 de janeiro de 2010

A física e a metafísica do Comum

Ao contrário do que é habitual com as catástrofes naturais, tenho acompanhado o desastre haitiano com alguma atenção. a fragilidade do Estado haitiano a par do elevado grau de destruição de infraestruturas gerou uma situação social imprevisível. Liberto das amarras do Estado e da polícia vamos lá ver de que forma é que o Comum se manifesta no Haiti. Para já fala-se em saques e em grupos populares de vigilantes para combater os criminosos e ladrões. É acompanhar as cenas dos próximos capítulos.

Acrescento: o Bruno, pelos vistos, também se interessa pelo que se passa no Haiti.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Fdp

Ontem fui roubado por um carteirista. E fiquei desiludido. Em primeiro lugar, porque fui roubado. É chato ser roubado. Foram só 60 cêntimos, mas agora vou ter que ir fazer o BI e tudo o resto. Uma chatice. Em segundo lugar, porque senti o gajo a tirar-me a carteira. Há sempre aquela coisa de um gajo ser roubado e dizer, eh pa, o gajo era mesmo bom. Mas não. Era um maçarico que aproveitou o facto de a vítima ser ainda mais maçarica e não ter percebido quem tinha sido o meliante. Uma experiência decepcionante.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Revoltas com cheiro a caril

No início dos anos 80 os Alien Kulture marcaram o Punk Monhé. Trinta anos depois, como seria de esperar, venderam-se. Ao contrário de muitos dos punks brancos que seguiram carreiras no campo da produção cultural, enquanto artistas ou professores universitários, os nossos monhés revoltosos seguiram pelo caminho da economia e das finanças, como de resto também seria de esperar. Diferenças culturais insanáveis, portanto.

sábado, 9 de janeiro de 2010

O lado não fodilhão de berlusconi


Dois habitantes de rosarno, pequena cidade do sul de itália, resolveram esta semana enveredar por uma diferente «saída à noite». Em vez de terem ido beber copos, ou ver a bola, optaram por algo muito mais divertido: disparar tiros de pressão de ar, utilizando como alvo imigrantes.

No dia seguinte, milhares de imigrantes concentraram-se à frente da câmara municipal. Ocorreram vários confrontos com elementos da população local e com a polícia. Automóveis foram destruídos, montras foram quebradas, caixotes do lixo incendiados. Poderia ter sido outra forma de protesto. Velas, cantares, manifestações silenciosas. Mas foi esta a escolhida. Talvez, por constituir um reflexo dos problemas que as originam.

Sem condições de vida mínimas, habitando fábricas abandonas sem luz e electricidade, e explorados pela mafia Ndranghetta, que controla o negócio dos campos de fruta, a situação destas pessoas ilustra a itália dos dias hoje.

Há dois anos, berlusconi declarou o estado de sítio em todo o país. O objectivo era mobilizar recursos públicos (escolas, por exemplo), para servirem de centros de detenção temporária para imigrantes sem papéis. Na mesma altura, dois corpos «negros» deram à costa, numa praia na região de Nápoles. Ficaram expostos e descobertos durante horas, como se nada fosse, até que foram finalmente recolhidos pelas autoridades. Tempos antes, um capitão que havia salvo vários náufragos foi acusado publicamente de auxílio à imigração ilegal. Actualmente, o governo italino tenta aprovar uma medida que prevê uma cota máximo de 30% de alunos estrangeiros por turma.

Esta é a verdadeira face da governação berlusconi. Não as putas, não a coca, não os cornos que meteu à mulher.

Friday Night

A noite de ontem para a equipa deste blogue que, apesar de tudo, comemorava o acesso ao casamento civil por parte de pessoas do mesmo sexo: